domingo, 23 de junho de 2013

A FANTASIA CINEMATOGRÁFICA EM MOMENTO DE VIBRAÇÃO MAIOR

Filme de fantasia plenamente realizado é o atemporal O ladrão de Bagdá (The thief of Bagdad ‑ An Arabian fantasy in Technicolor, 1940), de Michael Powell, Tim Whelan, Ludwig Berger e outros não creditados. Passados tantos anos após realizado, conserva todo o poder de sedução. Suntuoso, abusa das possibilidades cromáticas do nascente Technicolor e da artesanal elaboração de efeitos especiais numa época distante das facilidades da computação gráfica. Ao contrário de alguns congêneres contemporâneos, não é prisioneiro da pirotecnia. Sua narrativa, pontuada de aspectos maravilhosos, fantásticos e hiperbólicos, respira livremente, apartada do peso do aparato produtivo e dos acessórios que a tornaram possível. 







O ladrão de Bagdá

The thief of Bagdad ‑ An Arabian fantasy in Technicolor


Direção:
Michael Powell, Tim Whelan, Ludwig Berger, Alexander Korda (não creditado), Zoltan Korda (não creditado), William Cameron Menzies (não creditado)
Produção:
Alexander Korda
London Films
Inglaterra — 1940
Elenco:
Conrad Veidt, Sabu, June Duprez, John Justin, Rex Ingram, Miles Malleson, Mary Morris, Morton Selton, Bruce Winston, Hay Petrie, Adelaide Hall, Roy Emerton, Allan Jeayes e os não creditados Frederick Burtwell, Joseph Cozier, Henry Hallett, Glynis Johns, Alexander Laine, Cleo Laine, Sylvia Laine, Spoli Mills, Leslie Phillips, Norman Pierce, John Salew, Otto Wallen.




O lendário produtor Alexander Korda


Esta livre adaptação de um dos temas de As 1001 noites é exemplo da mais franca e desbragada fantasia, uma das melhores em seu gênero. Passado tanto tempo de sua realização, O ladrão de Bagdá mantém vivo o poder de sedução. É o que se pode chamar de filme atemporal, o primeiro a receber os oscars de Melhor Direção de Arte em Cores e Melhor Direção de Fotografia Colorida[1]. Todo o conjunto forma um épico suntuoso de cores brilhantes e berrantes, explorando todas as possibilidades do ainda recente Technicolor e posto ao serviço da reprodução de um mundo e gentes somente admissíveis no mais livre dos imaginários. O roteiro de Miles Malleson cumpre o prometido na criação de uma dimensão impossível, dominada plenamente pelo irrealismo da magia. Assisti-lo é uma delícia! Para tanto é fundamental desatar todo e qualquer compromisso com a realidade, abrir mão do senso crítico e aceitar de pronto e de bom grado o convite para se perder no universo do faz de conta. Efeitos especiais elaboradíssimos para a época — possibilitados por ilusões fotográficas e trucagens à base de lentes, espelhos e artefatos mecânicos —, cenários arrojados e deslumbrantes —permitidos pelas artes da pintura matte —, backprojections e figurinos requintados transformam O ladrão de Bagdá num clássico do escapismo cinematográfico.


Ao contrário do que é comumente dito, esta versão de O ladrão de Bagdá não é refilmagem do seu magnífico homônimo de 1924, dirigido por Raoul Walsh e protagonizado por Douglas Fairbanks. As histórias contadas são em tudo diferentes. Se a realização de Walsh guarda maior fidelidade aos textos, por assim dizer, originais, a inglesa, de 1940, é um híbrido alimentado de várias contribuições extraídas de As 1001 noites, compondo uma aventura em tudo singular e única. Nela, a Walt Disney Productions buscou elementos que a inspiraram na elaboração do feérico desenho animado Aladdin (Aladdin, 1992), de John Musker e Ron Clements.


No filme de 1924, Ahmed (Fairbanks) é um ladrão elevado à condição de príncipe. No título em apreço há uma ligeira alteração no nome do personagem: Ahmad. É interpretado por um apagado John Justin — exibindo um bigodinho típico de Douglas Fairbanks — como o jovem rei das 365 esposas e dos 50 palácios. Foi apeado do poder pelas maquinações do seu perverso grão-vizir, o feiticeiro Jaffar (Veidt). Lançado no cárcere, conhece Abu (Sabu), o ladrão da história, que o auxilia a escapar, a recuperar o trono e a conquistar a mão da Princesa (Duprez), filha do Sultão de Basra (Malleson). Elementos os mais distintos, extraídos de mitos árabes, cruzam-se com a diversidade de personagens e passagens de As 1001 noites — principalmente de Aladdin, As sete viagens de Simbad e O ladrão de Bagdá — e enriquecem os aspectos humanos e fantásticos da trama. Juntam-se a isso as maquinações do imaginário ocidental — cunhadas ao longo de séculos — que pintam o Oriente como reino de encantamento, exotismo, luxúria, riquezas e belezas jamais vistas.


Conradt Veidt interpreta Jaffar


Abu (Sabu) e Ahmad (John Justin)


O ladrão de Bagdá é filme de produtor. Trata-se de projeto pessoal do mítico Sir Alexander Korda[2] — húngaro de nascimento tal qual seus irmãos não menos famosos, Vincent e Zoltan, também engajados na realização —, com passagens pelas cinematografias da Áustria, Alemanha, França e dos Estados Unidos antes de se estabelecer definitivamente na Inglaterra, a partir de 1931. Apoiado na sua London Film Productions, praticamente inseriu o cinema sonoro inglês no mapa ao dirigir o “arrojado e inovador” Os amores de Henrique VIII (The private life of Henry VIII, 1933) — sucesso mundial que o transformou no primeiro produtor do país[3]. A seguir realizou The girl from Maxim’s (1933)[4]. Prosseguiu na direção com Os amores de Don Juan (Don Juan, 1934) e Rembrandt (Rembrandt, 1936) — fracassos de bilheteria que abalaram a estabilidade da London Film[5]. Tentando a recuperação, arriscou tudo em O ladrão de Bagdá, com o qual se converteu exclusivamente em produtor, formando logo após a Alexander Korda Films.


À frente de O ladrão de Bagdá, Alexander Korda preferiu não correr riscos. Controlou, como o mais atento dos gerentes, todos os passos de um projeto tumultuado, que acumulou na direção, além de Michael Powell, Tim Whelan e Ludwig Berger, os não creditados Zoltan Korda, William Cameron Menzies e ele próprio. Inspirou-se, sem dúvida, na façanha de David O. Selznick no comando supremo da não menos problemática realização de E o vento levou (Gone with the wind, 1939). Este filme, creditado unicamente ao diretor Victor Fleming, também contou, em sua condução, com Sam Wood e George Cukor — todos limitados a seguir unicamente as determinações do produtor. Porém, é em O mágico de Oz (The wizard of Oz, 1939) — outro trabalho atribuído tão somente a Victor Fleming, mas que teve na direção os não creditadas George Cukor, Mervyn LeRoy, Norman Taurog e King Vidor — que Alexander Korda buscará os referenciais oníricos, cromáticos, mágicos e estilizados que enriqueceram a sofisticada e fantasiosa aventura de O ladrão de Bagdá[6].


Admirável em O ladrão de Bagdá é a consistência de sua unidade narrativa, algo que poderia ser irremediavelmente comprometido devido aos inúmeros diretores que teve — cada qual trabalhando de forma isolada e independente. Ganhou coerência devido a Alexander Korda. Com sua marcação cerrada, impediu que o filme se transformasse numa impessoal e frágil união de recortes. Enfrentou, ainda por cima, os transtornos decorrentes da imprevisibilidade da Segunda Guerra Mundial. Os bombardeios alemães sobre Londres interromperam as filmagens, reiniciadas na segurança de Hollywood.


Abu (Sabu)


O diretor inicialmente contratado, Luwig Berger, não compreendeu as ambições de grande escala do projeto. Foi imediatamente relegado às filmagens das sequências em interiores e, a seguir, deslocado para a supervisão da seleção de atores e figurantes exigidos para o restante da saga. Michael Powell, auxiliado pelo diretor associado de fotografia Osmond Borradaile, assumiu a direção das incríveis e impressionantes externas, tomadas nas praias da Cornualha, nas quais o pequeno Abu interage com o gigantesco e irado Djinn (Ingram[7]), o gênio da lâmpada. Em Hollywood, Tim Whelan rodou, em meio às escarpas do Grand Canyon, os trechos ambientados nas montanhas do Tibet. Aí Abu se movimenta durante cerca de 10 minutos entre grandiosos cenários em pintura matte. Estes reproduzem o interior da estátua da deusa guardiã do mágico Olho-Que-Tudo-Vê — talismã sagrado e protegido por gigantesca aranha de portentosa teia[8]. De Tim Whelan também saíram os momentos de Abu no comando do tapete voador.


Abu (Sabu) às voltas com o senso de humor do irado Djinn (Rex Ingram)


Abu (Sabu) voa sobre o tapete mágico


Alexander Korda, Zoltan Korda e William Cameron Menzies se responsabilizaram pelas tomadas complementares, sobremaneira das que estabelecem conexões entre as sequências principais. Coordenaram, além do mais, a junção dos efeitos especiais fotográficos — elaborados por Lawrence Butler e pelos não creditados Tom Howard e Johnny Mills — ao conjunto da obra, particularmente o sobrevoo do Sultão por Basra no dorso de um cavalo alado, Abu pilotando o tapete mágico e a movimentação da assassina estátua dançarina. Atualmente, todas essas impressionantes demonstrações de ilusão, presentes em quase todo o filme, seriam facilmente conseguidas com os recursos da computação gráfica (CGI) — o que só faz aumentar a atração por O ladrão de Bagdá, por causa do apurado artesanato que permitiu a geração dos efeitos especiais. Funcionam como recursos narrativos perfeitamente integrados à dinâmica da saga. Consolidam uma sucessão de passagens mágicas tornadas verossímeis graças aos esforços da produção. Vai aí considerável distância em relação aos filmes de hoje, inundados por efeitos especiais que, não raro, tornam-se a atração principal em detrimento da história. Não funcionam como meras demonstrações de pirotecnia em O ladrão de Bagdá.


Igualmente funcionais e perfeitamente integrados às dimensões oníricas da produção são os cenários grandiosos, explodindo na vibração intensa das cores vermelha, negra, azul, laranja e verde. O mesmo ocorre com os figurinos. Ambos formam um conjunto assumidamente fake, em conformidade com as exigências de recriar a realidade de acordo com a mais mirabolante e visionária das imaginações. Chega-se ao exagero de tingir de rosa o palácio do Sultão de Basra. Porém, é uma cor sugestiva, fiel às convenções. Afinal, aí reside a etérea e tímida princesa dos sonhos de Ahmad, acompanhada de um pai todo poderoso mas infantilizado, fascinado por brinquedos mecânicos que o levarão à morte. Os pavimentos dos interiores e as paredes brilham vivamente, projetando a realidade feita de irrealidade em todas as direções. Resplandecendo em tonalidades excessivamente vivas, O ladrão de Bagdá demonstra o poder do Technicolor de três cores básicas. Aliado à pintura matte dos cenários, lembram ao espectador, constantemente, as possibilidades de evocação desse momento particular da história do cinema, quando a cor ainda era um brinquedo pouco controlado, que desafiava a imaginação dos realizadores. Poderia conduzi-los às armadilhas dos exageros cromáticos que, não raro, acentuavam a falta de gosto. O ladrão de Bagdá passou incólume por essa provação. Nele, o dado hiperbólico é um dos motores da história.


June Duprez faz a princesa dos sonhos de Ahmad (John Justin)


A uma realização desse porte não poderia faltar trilha musical adequada, servida por um compositor que contribuiu para a respiração épica de muitos espetáculos fílmicos: o mestre Miklós Rózsa, em sua terceira contribuição para o cinema[9]. Oferece acordes que se elevam ao som de clarins. Depois, dissolvem-se na malemolência fixada pelo imaginário ocidental para os temas alusivos às fantasias árabes. A trilha musical de O ladrão de Bagdá é considerada uma das melhores de Rózsa. Tornou-se paradigmática, inspirando outras composições para filmes similares.


No quesito interpretações, os destaques vão para Rex Ingram, Conrad Veidt Sabu e Miles Malleson. Veidt, de certa maneira, preserva o estilo de representar que o caracterizou desde que viveu o sonambúlico e manipulado Cesare em O gabinete do Dr. Caligari (Das kabinett des Dr. Caligari, 1919), de Robert Wiene. Isso significa que à expressão corporal se soma o olhar na composição de um vilão que incorpora de modo plenamente crível a perfídia tão exigida a um personagem cruel dos contos de fadas. Seus trajes negros, ameaçadores, completam a aparência de maldade. Seu contraponto é o inocente, ágil e sorridente Abu. O garoto indiano Sabu o interpreta com leveza e alegria. Foi revelado em O menino e o elefante (Elephant boy, 1937), produção de Alexander Korda dirigida por Robert J. Flaherty e Zoltan Korda. A partir daí seguiu carreira no cinema, mas foi relegado à interpretação de exóticos tipos orientais, sem que lhe fossem oferecidas outras oportunidades. Atuou em Mowgli, o menino lobo (Jungle Book, 1942), de Zoltan Korda; As mil e uma noites (Arabian nights, 1942), de John Rawlins; Mulher satânica (Cobra woman, 1944), de Robert Siodmak e, entre outros, a obra-prima Narciso negro (Black narcissus, 1947), de Michael Powell e Emeric Pressburger. Como Manuel, atuou ao lado de Bibi Ferreira — intérprete de Teresa — em O fim do rio (The end of the river, 1947), produção inglesa de Derek N. Twist filmada na bacia do Amazonas.  Rex Ingram, como o gênio de dimensões descomunais, praticamente rouba a cena nos poucos momentos em que aparece, fazendo um jogo de gato e rato com Abu que o libertou do confinamento na lâmpada e é, por isso, merecedor de ser atendido em três desejos. Por fim há Miles Malleson como o infantilizado e bonachão sultão de Basra, alienado das funções governamentais de seu reino e saltitando de alegria a cada novo brinquedo que recebe.


O perplexo Abu (Sabu), sempre se deparando com desafios


Djinn (Rex Ingram), o gênio de proporções descomunais,  no jogo de gato e rato com Abu (Sabu)


Além de premiar Vincent Korda na categoria de Melhor Direção de Arte em Cores e Georges Perinal pela Melhor Direção de Fotografia em Cores, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood também oscarizou Lawrence Butler pelos Melhores Efeitos Especiais Fotográficos e Jack Withney pelos Melhores Efeitos Especiais Sonoros. Miklós Rózsa foi indicado aos oscars de Melhor Música e Melhor Trilha Musical. Mas os agraciados nessas categorias foram, respectivamente, Alfred Newman por A vida é uma canção (Tin Pan Alley, 1940), de Walter Lang, e Leigh Harline, Paul J. Smith e Ned Washington por Pinóquio (Pinocchio, 1940), da Walt Disney Productions, dirigido por Ben Sharpsteen e Hamilton Luske.


Vivien Leigh foi escalada para interpretar a princesa. Desistiu ao ser escolhida para viver Scarlet O’Hara em E o vento levou.






Roteiro e diálogos: Milles Malleson. Chefe de fotografia (Technicolor): Georges Perinal, associado a Osmond Borradaile. Cenários de fundo: Percy Day. Montagem: Charles Crichton. Direção de Technicolor: Natalie Kalmus. Som: A. W. Watkins. Direção musical: Muir Mathieson. Música e canções: Miklós Rózsa. Desenho de produção: Vincent Korda. Direção de arte: Vincent Korda (não creditado). Figurinos: Oliver Messel, John Armstrong, Marcel Vertes. Efeitos especiais fotográficos: Lawrence Butler, Tom Howard (não creditado), Johnny Mills (não creditado). Decoração: Lajos Biro. Produção associada: Zoltan Korda, William Cameron Menzies. Gerente de produção: David B. Cunynghame. Supervisão de montagem: William Hornbeck. Direção associada: Geoffrey Boothby, Charles David. Maquiagem: Stuart Freeborn (não creditado), Guy Pearce (não creditado). Assistente de maquiagem: Tom Shenton (não creditado). Assistente de direção: Jack Clayton (não creditado). Associados à direção de arte: Ferdinand Bellan (não creditado), W. Percy Day (não creditado), William Cameron Menzies (não creditado), Frederick Pusey (não creditado). Assistente de som: John W. Mitchell (não creditado). Efeitos especiais sonoros: Jack Whitney (não creditado). Assistente de arte matte: Peter Ellenshaw (não creditado). Arte matte: Wally Veevers (não creditado). Operador de câmera em externas: Henty Henty-Creer (não creditado). Operador de câmera: Robert Krasker (não creditado). Assistente de câmera pela Technicolor: Cliff Shirpser (não creditado). Eletricista-chefe: Bill Wall (não creditado). Jóias: Eugene Joseff (não creditado). Associado à montagem: Peter R. Hunt (não creditado). Assistente de produção: André De Toth (não creditado). Coreografia de lutas: Ralph Faulkner (não creditado). Efeitos da boneca dançarina: Wendy Toye (não creditado). Sistema de mixagem de som: Western Electric Microphonic. Tempo de exibição: 106 minutos.


(José Eugenio Guimarães, 1997)



[1] Cf. CASTILLO, Juan D. (Ed.). Os clássicos com cinema. Barcelona: Altaya, v. 2, 1997. p. 312.
[2] Recebeu o título de Sir em 1942.
[3] Cf. TULARD, Jean. Dicionário de cinema: os diretores. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 351.
[4] Possui uma versão francesa também creditada a Alexander Korda: La dame de Chez Maxim (1934). Cf. EWALD FILHO, Rubens. Dicionário de Cineastas. São Paulo: Nacional, 2002. p. 401.
[5] Os problemas financeiros da empresa foram também agravados com o surgimento da concorrência representada pela Rank Film Productions, de Joseph Arthur Rank, ao final da década de 30. Cf. CASTILLO, Juan D. (Ed.). Op. cit. p. 306.
[6] Cf. Ibidem.
[7] Homônimo de Rex Ingram, o diretor do cinema mudo responsável pela primeira versão de Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (The Four Horsemen of the Apocalypse, 1921).
[8] Cf. CASTILLO, Juan D. (Ed.). Op. cit. p. 310-311.
[9] A primeira foi para O amor nasceu do ódio (Knight without armour, 1937), de Jacques Feyder, seguida por Nuvens sobre a Europa (Q planes, 1939), de Tim Whelan e Arthur B. Woods. Também merecem menções suas composições para Quando fala o coração (Spellbound, 1945), de Alfred Hitchcock; O segredo das jóias (The asphalt jungle, 1950), de John Huston; Quo vadis (Quo vadis, 1950), de Mervyn Leroy; Ivanhoé, o vingador do rei (Ivanhoe, 1952), de Richard Thorpe; Ben-Hur (Ben-Hur, 1959), de William Wyler; O rei dos reis (King of kings, 1961), de Nicholas Ray; El Cid (El Cid, 1961), de Anthony Mann etc.