domingo, 6 de março de 2016

ROBERT ALTMAN IRONIZA A PERFEIÇÃO EM OBSCURA COMÉDIA ROMÂNTICA

O atualmente raro Um casal perfeito (A perfect couple, 1979) integra um conjunto de filmes dirigidos por Robert Altman em período no qual tentou o máximo de independência autoral. Escorado na Lion's Gate Films, contava com o suporte financeiro da 20th. Century-Fox. Infelizmente, a experiência fracassou. Por muito pouco não o condenou ao completo ostracismo e ao melancólico fim de carreira — algo que a crítica chegou a cogitar. Um casal perfeito é, certamente, o seu título mais obscuro depois que se afirmou como realizador. Conta história de amor estruturada como comédia romântica. Os protagonistas Paul Dooley e Martha Heflin são, como os personagens que interpretam, completos outsiders a contrariar as convenções do glamour e da beleza adotados pelo cinema estadunidense nas produções do gênero. Com ironia e bom humor Altman desmistifica a busca pela perfeição nos relacionamentos. Seu casal, longe de ser abstração, integra estruturas disfuncionais e socializadoras como a família e a comunidade alternativa. A realização também serviu de vitrine à banda Keepin 'Em Off the Streets liderada por Teddy (Ted Neeley), o messias de Jesus Cristo superstar (Jesus Christ superstar, 1973), de Norman Jewison. O grupo encena onze agradáveis números musicais organicamente integrados à narrativa. Segue apreciação escrita em 1991 e revista cinco anos após.







Um casal perfeito
A perfect couple

Direção:
Robert Altman
Produção:
Robert Altman
20th Century-Fox, Lion’s Gate Films
EUA — 1979
Elenco:
Paul Dooley, Martha Heflin, Titos Vandis, Ted Neeley, Heather MacRae, Tomi-Lee Bradley, Steven Sharp, Belita Moreno, Henry Gibson, Dimitra Arliss, Allan F. Nicholls, Ann Ryerson, Poppy Lagos, Dennis Franz, Margery Bond, Mona Golabek, Terry Wills, Susan Blakeman, Melanie Bishop, Fred Beir, Jette Seear e os não creditados Tony Berg, Craig Doerge, Jeff Eyrich, Michael Charles Hill, David Luell, Tom Pierson, Butch Sanford, Art Wood, Renn Woods.



O diretor Robert Altman


Causa estranhamento um filme de amor — ainda mais estruturado como comédia romântica — na filmografia de Robert Altman. Evidentemente, em se tratando do diretor, não será trivialidade qualquer. Sequer estará preso aos cânones hollywoodianos. Os protagonistas em nada se ajustam às convenções definidoras dos padrões de beleza e glamour da indústria cinematográfica. Quanto a isso Um casal perfeito encontra precedentes no pioneiro — e provavelmente único — Marty (Marty, 1955), de Delbert Mann — ousado para a época da realização por ter como protagonistas de um idílio os surpreendentemente comuns e “desconcertantes” Ernest Borgnine e Betsy Blair nos papéis dos enrustidos Marty Piletty e Clara.


Paul Dooley vive Alex Theodopoulos, relativamente gordo e passado dos 50 anos. A parceira Martha Hefflin interpreta Sheila Shea, cerca de 20 anos mais jovem, tímida e anoréxica.  São pessoas comuns, próximas do mais corriqueiro. Levam existências apagadas e submetidas tiranicamente aos círculos de pertencimento. Sequer são indivíduos no sentido de seres racionais, senhores das vontades e diretamente responsáveis pelas próprias vidas. Alex ainda mora com a família greco-americana, organização ampliada que ampara agregados como tias, cunhados e primos — todos despoticamente submetidos às determinações do patriarca Panos Theodopoulos (Vandis). Sheila sequer tem família no sentido tradicional, apesar de integrar estrutura similar: a comunidade alternativa formada pela banda pop-rock Keepin 'Em Off the Streets, comandada autoritariamente por Teddy (Neeley) — o messias de Jesus Cristo superstar (Jesus Christ superstar, 1973), de Norman Jewison. É uma das cantoras do grupo. Já Alex trabalha, com toda a família, na loja de antiguidades europeias do pai. De um lado, uma coletividade de perfil alternativo; de outra, uma associação em tudo conservadora. Ambas estão situadas em Los Angeles. Os Theodopoulos moram em enorme edificação, parecida a um castelo medieval, erguida em parte elevada da cidade. Já a comunidade de Sheila ocupa todo o andar de um prédio industrial desativado. A unidade tem divisórias improvisadas — quando conveniente — por tecidos e todo tipo de painéis. Em ambos os núcleos inexiste a privacidade. As carências e solidão de Alex foram unidas às de Sheila pela mediação de agência televisiva de circuito fechado que cuida da aproximação de corações solitários. Experimentam, durante todo o filme, as leis da atração e repulsão ativadas pelas instâncias de socialização às quais pertencem e pelas próprias idiossincrasias individuais.



Alex Theodopoulos (Paul Dooley) e Sheila Shea (Martha Heflin) 

Sheila Shea, interpretada por Martha Heflin

  
O título não se aplica aos protagonistas. É ironia a comunicar uma impossibilidade. Com eles, algo sempre dá errado nas tentativas de melhor conhecimento e união. São disfuncionalidades tentando se ajustar aos trancos e barrancos, geralmente observados no contraponto do par formado pelo “Senhor e Senhora Perfeição” (Beir e Seear) — que transita pelo filme em diversos momentos, como a oferecer a imagem de uma virtuosa plenitude a dois, ao fim também ilusória.


Na platéia do Hollywood Bowl: à direita, Sheila Shea (Martha Heflin) e Alex Theodopoulos (Paul Dooley); à esquerda,  o contraponto do Senhor e da Senhora Perfeição (Fred Beir e Jette Seear

  
Um casal perfeito é, provavelmente, o título menos conhecido de Altman. Praticamente obscuro, tem ares de projeto experimental. O foco, centrado nos outsiders, abre-se a uma história razoavelmente divertida e potencialmente envolvente. Infelizmente, o desenvolvimento foi prejudicado por carências materiais que obrigaram a produção a apelar ao excesso de improvisações como válvulas de escape. Altman tocava suas realizações com recursos minguados no período entre Cerimônia de casamento (A wedding, 1978) — um dos seus melhores trabalhos, pertencente à inventiva leva iniciada com M.A.S.H. (MASH, 1970), à qual se integra também o curioso e pouco visto misto de drama psicológico e horror Imagens (Images, 1972)[1] — e a bem concebida cinebiografia Van Gogh — Vida e obra de um gênio (Vincent & Theo, 1990), seguida da poderosa e engraçada crítica à percepção hollywoodiana de cinema de O jogador (The player, 1992). Nesse intervalo de 14 anos tentou, de início, o máximo de independência autoral. Ancorado na sua Lion’s Gate Films, contava com suporte financeiro da 20th Century-Fox graças à generosidade do produtor Alan Ladd Jr. Infelizmente, a iniciativa malogrou. A maior parte das realizações da fase encontrou o olvido. Fracassou artisticamente — com poucas exceções — e nas bilheterias. Logo a fonte de recursos secou e a crítica passou a considerar o fim de Robert Altman[2].


Um casal perfeito é despretensiosa mirada crítica lançada pelo diretor às contradições da sociedade estadunidense, excessivamente individualista e, apesar disso, dependente de instâncias totalizadoras como a família de Alex ou a alternativa contrária oferecida pela banda. Mostram-se diferentes somente na aparência. São parecidíssimas nas pretensões de envolver e anular corpos e vontades que as integram. Consequentemente, geram solitários e inadaptados, disfuncionalidades transformadas em satélites errantes, largados ao abandono.


Sheila Shea (Martha Heflin) entre companheiras da banda

  
Interessantes são os antecedentes da produção. Encontram-se em Cerimônia de casamento, do qual participaram Paul Dooley e Martha Hefflin. Interpretaram, respectivamente, Snooks Brener — pai da noiva Buffy (Mia Farrow) — e Shelby Munker — a dama de honra destrambelhada. Impressionado com ambas as performances, Altman cogitou a possibilidade de reuni-los, como protagonistas, em projeto ainda incerto. Na ocasião, o co-roteirista Allan Nichols — também assistente do diretor em outras realizações — apadrinhou atores sem trabalho, mas musicalmente talentosos, na organização de uma banda sem maiores pretensões — a Keepin 'Em Off the Streets —, apenas para terem uma atividade. Entre os integrantes do grupo estava Ted Neeley.


Sheila Shea (Martha Heflin) e Alex Theodopoulos (Paul Dooley)


A banda permaneceu amadora. Jamais conseguiu patrocínio e financiamento mais substantivo, sequer um contrato de gravação. Altman bem que tentou promovê-la ao oferecer Um casal perfeito como palco. Tem onze apresentações musicais ao longo da trama. Todas fluem agradavelmente e estão organicamente integradas ao desenvolvimento narrativo.


Basicamente, é um filme de momentos. Os intérpretes asseguram o interesse, principalmente Paul Dooley, por ter personagem melhor desenvolvido. Martha Hefflin não decepciona, mesmo com Sheila avançando a reboque da história. Tem participação passiva se comparada ao parceiro — condutor da ação com capacidade e possibilidades de garantir instantes engraçados e inusitados, mesmo que pareçam acidentais. Por outro lado, Hefflin não decepciona como cantora.


Merece destaque a sequência de abertura no Hollywood Bowl: a câmera propositalmente engana o espectador na apresentação do casal. Sheila e Alex curtem o primeiro encontro durante apresentação da The Los Angeles Philharmonic Orchestra. Mas é o contraponto permitido pelo par perfeito, a cargo de Beir e Seear, que primeiramente recebe a atenção, no centro da plateia. A chuva inesperada — numa Los Angeles de condições adversas às precipitações pluviométricas — atrapalha impiedosa e desastradamente o primeiro momento dos protagonistas. Alex e Sheila experimentam, dadas as circunstâncias, a mais longa jornada de elevador no prédio da garota. Ela, desesperada, quer trocar a roupa molhada, mas tem o incansável e impertinente pretendente na cola o tempo todo. Passa por prestativo cavalheiro, mas só quer ganhar um beijo inicial da tímida parceira. Mais para o meio, merecem destaque as tentativas que fazem para ficar sozinhos. Mas são acintosamente atrapalhados pela escandalizada família Theodopoulos, com os gritos do patriarca classificando a perplexa Sheila de "rameira"; ou quando têm o quarto do hotel invadido, sem a menor cerimônia, pelos componentes da banda.




Acima e abaixo: Sheila Shea (Martha Heflin) e Alex Theodopoulos (Paul Dooley) - o primeiro beijo, roubado em interminável ascensão de elevador


Outras situações divertidas envolvem a frustrada possibilidade amorosa de Alex com a médica veterinária Skye (Ryerson). Porém, foge à sorrelfa, apavorado, diante da obsessão da parceira por sexo. Também há a advertência do médico que costura a cabeça rompida de Alex, pois aquele não era o instante mais apropriado à troca de carícias com Sheila. A lamentar o subaproveitamento de Eleousa (Moreno) — irmã de Alex e doente terminal —, principalmente no relacionamento amoroso com a pianista Mona (Golabek) — algo que deixaria o patriarca Panos Theodopoulos com os cabelos literalmente em pé.


Mona (a real pianista Mona Golabek) e Sheila Shea (Martha Heflin) ao fundo, à esquerda

  
O final, otimista, aposta na união dos diferentes durante apresentação conjunta da Keepin 'Em Off the Streets com a The Los Angeles Philharmonic Orchestra.





Roteiro: Robert Altman, Allan Nicholls. Produção associada: Scott Bushnell, Robert Eggenweiler. Produção executiva: Tommy Thompson. Direção de fotografia (cores): Edmond L. Koons. Montagem: Tony Lombardo. Figurinos: Beth Alexander. Penteados: Jerry Turnage. Maquiagem: Thomas Tuttle. Segundo assistente de direção: William Cosentino. Primeiro assistente de direção: Tommy Thompson. Contrarregra: Stephen “Steven” Altman. Planejamento do set: Leon Ericksen. Edição de som: Sam Gemette. Som: Robert Gravenor, Don Merritt. Edição de som: David M. Horton. Mixagem da regravação de som: Richard Portman. Efeitos especiais: Tom Fisher. Abastecimento da câmera: Robert Reed Altman. Iluminação do set: Charlie Anderson. Eletricista-chefe: Randy Glass. Operador de câmera: Jan Kiesser. Assistentes de câmera: Richard A. Mention III, Tom Prophet Jr., Calmar Roberts. Guarda-roupa: Beth Alexander. Figurinista no set: Anna Vilms. Assistente de montagem: Raja Gosnell. Uniformização de cor: Bob Hagans. Corte do negativo: Jack Hooper. Assistente de montagem: Eric Whitfield. Pianista: Mona Golabek. Produção musical: Allan F. Nicholls. Gravação de som: Dave Palmer. Direção musical: Tom Pierson. Edição musical: Ted Whitfield, Richard Whitfield (não creditado). Coordenação do projeto: Victoria Barney. Assistente para o produtor: Elaine Di Bello Bradish. Auditor do projeto: Dick Dubuque. Continuidade: Luca Kouimelis. Planejamento dos créditos: Patrice Ryan. Assistente pessoal para Robert Altman: Ed Horwitz. Orquestra: The Los Angeles Philharmonic Orchestra. Agradecimentos especiais: Antique Guild, Eazy Music Co., Studio 55. Tempo de exibição: 110 minutos.


(José Eugenio Guimarães, 1991; revisto e ampliado em 1996)



[1] Foram concebidos, nesta etapa, alguns dos melhores títulos de Altman: Voar é com os pássaros (Brewster McCloud, 1970), Onde os homens são homens (McCabe & Mrs. Miller, 1971), Um perigoso adeus (The long goodbye, 1973), Renegados até a última rajada (Thieves like us, 1974), Jogando com a sorte (California split, 1974), Nashville (Nashville, 1975) e 3 mulheres (3 women, 1977).
[2] A fracassada ficção científica Quinteto (Quintet, 1979), Um casal perfeito e Política do corpo e da saúde (Health, 1980) são da Lion’s Gate Films. Em 1980 Altman se perdeu com Popeye (Popeye), produção conjunta da Paramount e Walt Disney Productions. James Dean, o mito sobrevive (Come back to the 5 & dime, Jimmy Dean, Jimmy Dean, 1982), O exército inútil (Streamers, 1983) e A honra secreta (Secret honor, 1984), teatrais e desenvolvidos em ambientes fechados, estão entre os bons resultados do período de vacas magras. Com exceção de Basements (1987), tiveram boa acolhida os telefilmes Rattlesnake in a cooler (1982), Precious blood (1982), The laundromat (1985) e A nave da revolta (The Caine mutiny court-martial, 1988). Já os cinematográficos O. C. & Sttigs (O. C. and Sttigs, 1985), Loucos de amor (Fool for love, 1985) e Além da terapia (Beyond therapy, 1987) não disseram ao que vieram.

6 comentários:

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    1. Não é fácil encontrá-lo Ercília. Tive a sorte de vê-lo no cinema, logo que foi lançado. Bom vê-la por aqui. Apareça mais.

      Beijos.

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  2. Eugenio,

    Fico a lamentar que a maior parte de vossas postagens não tenham sido motivos de visitas minhas às salas de projeções dos nossos cinemas, o que me condicionaria melhor posicionamento para mais acurados comentarios.

    Conheço muito pouco da carreira deste artesão cuidadoso e qualificado, como Pret-A-Porter e Short Cuts - Cenas da vida, além de uma fita de um Faroeste muito alternativo, acredito que com a Julie Christie. Nada mais que me venha à mente.

    Sei de algumas coisas atinente ao mesmo por andar lendo algumas coisas, como ele ser muitas vezes até incoerente e criador de desajustes, o que não invalida sua qualidade como profissional, que pressinto das mais brilhantes.

    Não vou aqui ser infiel ao amigo editor e dizer que gostaria deassistir mais esta obra deste pequeno genio e sim que, como bom cinéfilo, teria o maior interesse de conhecer seu trabalho como um todo.

    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Jurandir, este faroeste alternativo ao qual se refere - também desmistificador - é ONDE OS HOMENS SÃO HOMENS (McCabe & Mrs. Miller, 1971). Julie Christie o protagoniza ao lado de Warren Beatty. Altman também dirigiu outro western alternativo e igualmente desmistificador: OESTE SELVAGEM (Buffalo Bill and the Indians, or Sitting Bull's History Lesson, 1976), com Paul Newman. Não creio que o Altman seja criador de desajustes ou incoerente. Não sei em quais fontes você se informou sobre isso. O bom do Altman é que é, na maioria das vezes, um outsider, um crítico da visão americana de mundo. É um realizador inovador e corajoso. Injetou, com sua rebeldia, muito sangue novo no cinema da terra do Tio Sam. Como experimentador, é certo que muitas vezes quebrou a cara, mas nunca se curvou aos padrões ou gostos consolidados.

      Abraços.

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  3. Eugenio,

    Conforme minha noticia se torna inovadora e desconhecida, assim como de dificil aceitação para o amigo, o mesmo ocorreu comigo quando li em algum lugar que o Altmam era mesmo intransigente, indomável e muitas vezes dono de uma incoerencia sem par.

    Não recordo onde li tal informe. Entretanto, foi isto de fato que li e que repassei no meu comentário e que também me senti assim como você, incréculo e sem chão sob os pés, dado ao homem de cinema que ele era.

    Agora: como o William Wyler e o George Stevens também eram grandes cineastas e eram deste porte de gente, assim como muitos e muitos outros, podento incluir sem medo de errar aí o Otto Preminger, fico até com receio de não por créditos no que andei lendo do Altman.

    Ele pode ter sido assim, porém nada influenciado nas suas criações, como todos os outros que citei acima, ou seja, todos grandes cineastas.

    Infelizmente não podemos administrar egos ou comportamentos pessoais de ninguém. Até mesmo porque eu não sou lá estas flores que se cheire, embora eu esrevendo não se tenha noção de que eu tenho pavio curtissimo e que pipoco com facilidade extrema. E, como eu, muitos e muitos vida afora.

    Lamentavelmente.

    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Otto Preminger, assim coma Altman, era um rebelde. Tinham diferenças estilísticas e também históricas, posto que atuaram em épocas muito diferentes. Mas tanto um como outro procuraram a independência criativa, eram experimentadores, inconformados e compraram brigas com produtores e esquemas. Altman encontrou muitos obstáculos no cinema padronizado e repleto de convenções do cinema dos EUA. No entanto, são esses outsiders que trazem inovações. Geralmente, só são compreendidos depois de mortos.

      Abraços.

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