domingo, 28 de maio de 2017

A ANGUSTIANTE E MELHOR NOITE DO CINEMA DE SYDNEY POLLACK

O romance They shoot horses, don't they?Mas não se matam cavalos?, no Brasil — está entre as mais cáusticas e viscerais radiografias dos Estados Unidos durante os anos da Grande Depressão. Lançado em 1935, atraiu imediatamente a atenção de Charles Chaplin. Pretendia filmá-lo com Paulette Goddard no papel principal. Porém, o famigerado e puritano Código de Produção jamais daria aval a uma exposição tão visceral segundo as linhas do autor Horace McCoy. Diante dos impedimentos, o criador de Carlitos redirecionou os planos e fez Tempos modernos (Modern times, 1936). Enquanto isso, a publicação encalhou nas livrarias. Em 1966, o roteirista James Poe conseguiu, após muitas tentativas, os direitos de adaptação para o cinema. O guião, submetido a novos tratamentos por Robert E. Thompson, adquiriu níveis sem precedentes de densidade, dureza e realismo para uma produção hollywoodiana. A direção de Sydney Pollack manteve fidelidade às coordenadas traçadas. A noite dos desesperados (They shoot horses, don't they?, 1969) é implacável e doloroso. Ambientado em um ginásio nas proximidades da Praia de Santa Monica, Los Angeles, em 1932, submete a tratamento dramático as cruéis e intermináveis maratonas de dança disputadas por gente sem eira nem beira em todos os Estados Unidos nos anos seguintes ao crash de 1929. Numa época tomada por desemprego, despejos e pulverização das poupanças familiares, o prêmio de mil e quinhentos dólares ao único casal que permanecesse de pé era dos mais tentadores. Tais disputas, que punham em interação os competidores e a plateia, anteciparam os atuais reality shows da TV, como o Big Brother. Além do stress físico e psicológico decorrente do cansaço e das noites mal dormidas, os competidores ainda se submetiam às exigências especiais do mestre de cerimônias e alma mater do concurso: Rocky (Gig Young). Segue apreciação datada de 1974.






A noite dos desesperados
They shoot horses, don't they?

Direção:
Sydney Pollack
Produção:
Irwin Winkler, Robert Chartoff
American Broadcasting Company (ABC), Palomar Pictures, Chartoff-Winkler/Pollack, 20th Century-Fox
EUA — 1969
Elenco:
Jane Fonda, Michael Sarrazin, Susannah York, Red Buttons, Gig Young, Bonnie Bedelia, Bruce Dern, Michael Conrad, Al Lewis, Robert Fields, Severn Darden, Allyn Ann McLerie, Madge Kennedy, Jacquelyn Hyde, Paul Mantee, Felice Orlandi, Arthur Metrano, Gail Billings, Maxime Greene, Lynn Willis, Mary Gregory, Robert Dunlap, Tim Herbert, Nobre "Kid" Chissell, Tom McFadden e os não creditados Ian Abercrombie, Guy Apollo, Hugh Bell, Ronnie Bright, Teddy Buckner, Hadley Caliman, Teddy Edwards, Thurman Green, Joe Harris, Marilyn Hassett, Bobby Hutcherson, Ike Isaacs, Kenner G. Kemp, Peggy Adams Laird, Harold Land, Philo McCullough, Beverlee McKinsey, Cynthia Myers, Flower Parry, Les Robertson, Sheela Tessler.



O diretor Sydney Pollack diante de emblemática imagem de A noite dos desesperados



A noite dos desesperados — um dos grandes momentos do cinema estadunidense — está entre as mais agudas exposições das contradições e desumanidades do sistema sobre o qual se eleva a maior sociedade capitalista do planeta. A novela que lhe serve de base — They shoot horses, don't they?, de Horace McCoy, lançada em 1935 — atraiu de imediato a atenção de Charles Chaplin. Segundo consta, o criador de Carlitos cogitou a possibilidade de filmá-la com Paulette Goddard no papel da protagonista Gloria Beatty. Na época, havia um complicador da maior importância: os perversos e chocantes aspectos viscerais do livro. O rigorosamente puritano Código de Produção jamais daria aval a qualquer abordagem com algum grau de fidelidade. Pelos mesmos motivos John Ford e o roteirista Nunnally Johnson foram obrigados a amaciar aspectos mais densos da novela de John Steinbeck na transposição à tela de As vinhas da ira (The grapes of wrath, 1940). Seria inconcebível, na ocasião, por exemplo, ter o epílogo da realização coincidindo com as linhas finais do original.


Praia de Santa Mônica, Los Angeles, 1932: os Estados Unidos vivem o auge da Grande Depressão. Cerca de cem casais se inscrevem para uma maratona de dança prevista para se prolongar por 40 dias ou mais. São formados por gente tangida pelo desespero, preocupada com a sobrevivência imediata numa época marcada por desemprego generalizado, pulverização das poupanças familiares, despejos, suicídios, acirrada exclusão social e o sempre presente fantasma da fome. O prêmio de mil e quinhentos dólares para a única dupla que permanecer de pé é tentador, mesmo descontadas as despesas com alimentação, hospedagem, medicamentos e roupas. Aos demais restará ao menos o consolo de ter, durante o período em que resistirem à provação física e psicológica, refeições regulares e lugar para dormir, ainda que as horas de sono garantam somente o mínimo de descanso.


As maratonas dançantes eram comuns nos Estados Unidos desde os anos 20. Porém, adquiriram contornos de cruel visceralidade quando se transformaram em oportunidade de luta pela sobrevivência — segundo a máxima "O importante é competir" — nos anos seguintes ao crash de 1929, quando a vida praticamente se animalizou na redução a algo próximo do estado de natureza, principalmente para os mais remediados. As pistas de dança foram convertidas em palcos à reprodução da guerra de todos contra todos segundo a melhor interpretação hobbesiana. Os concorrentes eram obrigados a cumprir todas as exigências do mestre de cerimônias, implacável condutor do espetáculo animado por orquestra e aberto ao público mediante cobrança de ingresso. Era tudo muito parecido aos circos romanos da antiguidade. Na plateia, organizavam-se torcidas para os casais preferidos, lançavam-se moedas para animá-los, conseguiam-se patrocinadores aos mais promissores competidores. Às vezes, vencer a maratona não era tão importante. A sorte grande implicava em chamar a atenção de prováveis caçadores de talentos dos grandes estúdios de Hollywood, dispersos nas arquibancadas.


O animador e mestre de cerimônias Rocky (Gig Young)


Rocky (Young) é o gênio do sistema em A noite dos desesperados. Animador, organizador e mestre de cerimônias, também é a alma mater desmedidamente inclemente do concurso. Cabe-lhe a tarefa de injetar sangue nos competidores e ao mesmo tempo exanguiná-los. Levanta o público — sempre servido de lanches comercializados por diligentes vendedores nas arquibancadas — à participação entusiástica e interativa na torcida aos competidores preferidos, cada vez mais esgotados pelo cansaço, dores musculares e noites mal dormidas. As relações firmadas unilateralmente pela plateia com o centro do picadeiro — mediada pelo ritmo febril do mestre de cerimônias — são marcadas pela severa insensibilidade. Rocky faz o possível para acentuar a aparência de miserabilidade dos dançarinos. Desaparece com peças de vestuários e estojos de maquiagem, submete-os a constrangedoras encenações individuais de canto e dança, incita-os à representação de cambaleantes cenas teatrais e cinematográficas. Deixa sempre claro aos interessados que a exposição do horror se faz em benefício da plateia financiadora do evento. "A apreciação da indigência alheia deixa os outros mais felizes", admite. Os momentos de maior angústia dramática são os derbys: os pares disparam em frenética corrida pelo salão por aproximados 15 minutos. É a própria dança da sobrevivência. Eliminam-se os três últimos colocados. Porém, outros o são de modo mais definitivo, por insuficiência cardíaca e morte. Os óbitos são cuidadosamente omitidos ao público. A revelação de tanta realidade — segundo Rocky — "seria insuportável". Baixas assim são disfarçadas ao microfone como desmaios ou quedas pelo cansaço, geralmente com o acompanhamento de tais palavras: "Depois de juntos por tantas horas e dias, lamentamos dizer adeus a fulano ou a sicrano". A seguir, o show continua, mediante exigência de mais vigor e entusiasmo, como se nada de extraordinário houvesse acontecido.


A pista de dança, encimada por imensa luminária circular revestida de cristal prismático — como um luxuoso globo da morte das atrações circenses —, miniaturiza a sociedade estadunidense e o capitalismo. É o instantâneo do mundo transformado em selva de aflitos e desesperados competidores em busca de um lugar ao sol. Aparentemente, todos disputam o prêmio em igualdade de oportunidades e condições. No entanto, sabe-se, isso é mera abstração ou casualidade. Aliás, logo no começo Rocky informa aos dançarinos as regras da maratona. Diz: serão seguidas as leis da natureza ou da seleção natural — pela qual somente os mais aptos sobrevivem. A seguir, repete esfuziante, no comando do mortal espetáculo: "Vamos competir, vamos dançar". Ao perguntar pelo grau de resistência dos concorrentes, acentua que o espetáculo não pode parar em hipótese alguma. É a “dança do destino”, completa. Ao ser moralmente admoestado, alega com naturalidade: "Isto é apenas um negócio, meu Deus!”.


Apesar de ganancioso promotor de um circo de horrores, Rocky teve a felicidade de não ser desumanizado, a ponto de se transformar em personagem chapado. O emblemático mestre de cerimônias é repleto de ambiguidades. Tem plena consciência do papel que desempenha. Conhece como poucos os instintos mais baixos do público e o tino comercial dos patrocinadores. Aos seus olhos parece natural — também irônico —um casal no limite do esgotamento ostentar os trajes publicitários de tônicos musculares ou de outros produtos farmacêuticos usados contra o esgotamento. É o mesmo Rocky calculista que tem capacidades para lidar com personagens fragilizados, no auge do desespero: Alice (York) em surto psicótico sob o chuveiro e Shirl (McLerie) em alucinado desespero pela sensação de que está com o corpo tomado de insetos. Por outro lado, tripudia cínica e cruelmente sobre a desdita do velho Harry Klein (Buttons), marinheiro veterano, herói da Primeira Grande Guerra, lançado também à “dança do destino”. Anuncia-o como “O espírito imorredouro que faz a grandeza desse país”. No entanto, sabe: o personagem tem poucas possibilidades de chegar vivo ao final do circuito.


Alice (Susannah York)

Na pista, Rocky (Gig Young) injeta ânimo nos competidores que restam e incentiva a plateia 


A noite dos desesperados tem longa história de bastidores. O original de Horace McCoy encalhou nas livrarias quando do lançamento. Em 1949 James Poe lutou inutilmente para adquirir os direitos de adaptação para o cinema. Somente obteve sucesso em 1966. Elaborado o roteiro, apresentou-se para dirigi-lo com o suporte da Palomar Pictures. De início, seria produção orçada em 850 mil dólares. No elenco estariam Shirley Knight, Lionel Stander, Allen Jenkins e Barbara Steele. Porém, quando Jane Fonda foi chamada para interpretar Gloria Beatty, as previsões orçamentárias se elevaram aos 4 milhões de dólares. Tamanho acréscimo exigiu cuidados como a exclusão do inexperiente James Poe da direção. Além do mais, o roteiro reescrito por Robert E. Thompson adquiriu maior densidade, dureza e realismo. Todos os traços de altruísmo e comiseração presentes na abordagem inicial foram eliminados. Alterações tão significativas quase resultaram na exclusão de Poe dos créditos. Manteve-se após apelar à ação judicial.


Dentre os personagens manipulados acintosamente na pista de dança pelo mestre de cerimônias destacam-se Gloria Beatty, Robert Sylbert (Sarrazin), Alice, Harry Klein, Ruby (Bedelia), James (Dern) e Shirl.


Jane Fonda no papel de Gloria Beatty


O papel de Gloria levou a carreira de Jane Fonda a novo patamar e, provavelmente, ao ápice da interpretação[1]. Certamente, consolidou-a como atriz dramática. O salto foi monumental. Ela vinha do risível Barbarella (1968), para o qual viveu, sob direção do então marido Roger Vadin, a personagem-título. Gloria é uma jovem abatida, espiritualmente mortificada. Pretende ser estrela de cinema, mas tem plena ciência de que dificilmente atingirá tal objetivo. Aparentemente, é alguém que passou por todas as experiências indesejáveis, inclusive por iguais maratonas de dança. Está visivelmente cansada de viver depois de tantos abusos, decepções, derrotas e pobreza. Protege-se emocionalmente sob as carapaças do cinismo, do ceticismo e da rispidez, o que não a impede de estar à beira de um trágico colapso emocional de brutais proporções. Apesar de intratável, é a mais lúcida dentre os competidores. Tem no frágil, ingênuo e passivo Robert o parceiro de dança improvisado de última hora, como solução emergencial. O rapaz se impõe como a representação de muitos jovens alienados que experimentaram os efeitos da grande depressão sem que tivessem noção alguma da gravidade do momento. Estava simplesmente à deriva quando foi atirado pelo destino — a escolha de Rocky — numa competição que o atraía marginalmente, como devaneio da curiosidade. Passou por traumática experiência na infância — exposta logo no começo, na apresentação dos créditos — que o marcará para sempre, principalmente com respeito à piedade e misericórdia ao sofrimento alheio. Os desdobramentos dessas particularidades explicarão, no epílogo as razões do título original, They shoot horses, don't they?, bem como as diversas inserções rápidas, aparentemente mal explicadas, que correm paralelas ao drama principal encenado na pista de dança e o apresentam em situação de prisioneiro às voltas com a justiça.


Michael Sarrazin como Robert Sylbert


Tão sofrida como Gloria é a mais confiante e não menos frágil Alice — de cabelos platinados como Jean Harlow —, também candidata a estrela e pronta a desabar emocionalmente a qualquer instante. Já o simplório casal James e Ruby perdeu a propriedade rural com a débâcle econômica. Agora provê o sustento no circuito de maratonas. Participaram de várias. Não possuem outras alternativas à sobrevivência imediata que não o implacável e acentuado desgaste físico das evoluções dançantes, com o agravante da avançada gravidez de Ruby. Tão desafortunado quanto os demais é Harry — otimista, enérgico e veterano herói de campanhas militares estadunidenses mundo afora. A esse defensor dos ideais do país sobraram apenas as pistas de dança como forma de se manter. Pagará preço excessivamente alto pelo direito de continuar competindo, valor mais elevado que o cobrado à extenuada parceira Shirl, desclassificada após chegar aos limites da resistência e desabar sobre os joelhos em plena evolução — sobrepujada por sono e fadiga.


Quase totalmente limitado aos ambientes fechados do ginásio adaptado em salão de dança — além dos dormitórios, banheiros, depósitos e escritórios —, A noite dos desesperados só permite o vislumbre dos raios de sol em rápidos momentos, pelas janelas e claraboias. Os interiores são soturnos, captados por iluminação densa, filtrada em vermelho, o que só aumenta as sensações de neurose e isolamento. Ainda assim, não é um filme claustrofóbico. É o quinto longa dirigido para cinema por Sydney Pollack. Inicialmente, firmou carreira na realização de episódios para diversas telesséries entre 1961 e 1965. A seguir, abre promissora carreira de cineasta. Estreia com Uma vida em suspense (The slender thread, 1965). Seguem-se Essa mulher é proibida (This property Is condemned, 1966), Revanche selvagem (The scalphunters, 1968), Enigma de uma vida (The swimmer, 1968), de Frank Perry[2], e A defesa do castelo (Castle keep, 1969). Após A noite dos desesperados fez Mais forte que a vingança (Jeremiah Johnson, 1972), Nosso amor de ontem (The way we were, 1973) e Operação Yakuza (The Yakuza, 1974).


Por ora, A noite dos desesperados é o carro-chefe de Pollack. Para transmitir de modo crível a sensação de crescente decomposição dos personagens ao logo da maratona, filmou na sequência ordenada pelo roteiro. Desse modo, o esgotamento dos atores se projeta naturalmente nos semblantes dos personagens e se amplia à medida que a narrativa progride. A objetiva privilegia os primeiros planos, close ups e angulações pouco comuns que transformam as evoluções na pista em momentos de pulsação fatigada de todo o ambiente. No centro dos acontecimentos, na periferia do salão e em meio às arquibancadas, o décor aparenta esmaecida vitalidade. Momentos mornos, em decorrência de algum lento acompanhamento musical e do próprio cansaço dos personagens, evoluem para os agitados derbys nos quais os competidores precisam ir além do suportável para assegurar o direito de continuar dançando — ou morrendo.



Acima e abaixo, momentos dos derbies: à frente, Gloria (Jane Fonda) e Robert (Michael Sarrazin)


Não há momentos para otimismo e alívios cômicos ao longo de todo o filme. Alguma descontração, na forma de cáustico humor negro, é paradoxalmente garantida por Gloria. Durante rápido intervalo, após quase 1000 horas de dança, uma enfermeira pergunta se ela deseja algum medicamento para aliviar a tensão dos pés. "Que tal uma serra?" — é a resposta. Mesmo assim, a graça da tirada provoca apenas o riso nervoso. Cinismo, desesperança, instinto de preservação, animalização, desespero e agonia se instalam como inseparáveis companheiros de viagem daquele que se dispuser a ver A noite dos desesperados. É realização plenamente adulta, verdadeira e angustiante. Nem parece um produto hollywoodiano.


A solução encontrada para o final difere do livro e é das mais adequadas. No filme, julgando-se ludibriados, Gloria e Robert abandonam a maratona ao descobrir que disputavam não a integridade do prêmio de mil e quinhentos dólares e também após rechaçar a proposta de divertir a plateia com um casamento real que lhes renderia presentes facilmente convertidos em dinheiro. No livro, após o último derby, Ruby não resiste e entra em trabalho de parto em pleno salão. Em consequência, a saúde pública suspende a maratona. O cachê termina dividido entre os concorrentes que sobraram até o momento. Cada qual recebe módicos e frustrantes 50 dólares.


No derby: Gloria (Jane Fonda) e Harry Klein (Red Buttons) seguidos de Alice (Susannah York) e Robert Sylbert (Michael Sarrazin) 


A noite dos desesperados fez jus, merecidamente, a muitos prêmios. Recebeu na Bélgica, em 1971, como Melhor Filme, o Grand Prix de l'Union de la Critique de Cinéma. Em 1970, listado entre os Dez Melhores Filmes do Período, levou o NBR Award do National Board of Review. Nesse ano, pela Melhor Direção, Sydney Pollack ganhou o Cariddi D'Oro no Festival Internacional do Filme de Taormina. Na categoria de Melhor Atriz, Jane Fonda venceu, em 1969, o prêmio do New York Film Critics Circle; e em 1970, levou as láureas do Kansas City Film Critics Circle e do National Society of Film Critics — pelo qual ficou em segundo lugar. Em Madrid, 1972, Fonda marcou a terceira posição na corrida aos Fotogramas de Plata por Melhor Performance em Realização Estrangeira. Na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, Gig Young ganhou, em 1970, o Oscar, Globo de Ouro e os prêmios do Kansas City Film Critics Circle e New York Film Critics Circle, no qual se classificou em terceiro lugar. Susannah York fez jus ao BAFTA (British Academy of Film and Television Arts) Film Award de 1971 como Melhor Atriz Coadjvante.


Gloria Beatty (Jane Fonda)

  
A noite dos desesperados ainda mereceu indicações ao Globo de Ouro de Melhor Filme Dramático (1971); Oscar, Globo de Ouro, Directors Guild of America Award como Outstanding Directorial Achievement in Motion Pictures e o Nastro d'Argento do Sindacato Nazionale Giornalisti Cinematografici Italiani (1971) para Sydney Pollack; WGA Award (1970) do Writers Guild of America, Oscar e BAFTA Film Award para James Poe e Robert E. Thompson por Melhor Roteiro Adaptado; Oscar, Globo de Ouro e BAFTA Film Award para Jane Fonda; Oscar e Globo de Ouro para Susannah York por Melhor Atriz Coadjuvante; Globo de Ouro para Red Buttons e BAFTA Film Award a Gig Young, ambos nominados a Melhor Ator Coadjuvante; BAFTA Film Award para Michael Sarrazin como Mais Promissora Revelação em Papéis Principais; BAFTA Film Award por Melhor Montagem a Fredric Steinkamp; Oscar a Harry Horner e Frank R. McKelvy por Melhor Cenografia (Direção de Arte + Decoração), Donfeld por Melhores Figurinos; e Johnny Green e Albert Woodbury por Melhor Música e Melhor Trilha Musical.





Roteiro: James Poe, Robert E. Thompson, com base em novela homônima de Horace McCoy. Direção de fotografia (Panavision, DeLuxe Color): Philip H. Lathrop. Desenho de produção: Harry Horner. Decoração: Frank McKelvey. Montagem: Fredric Steinkamp. Coreografia: Tom Panko. Produção associada: John Green. Música: John Green. Orquestração e arranjos: John Green, Albert Woodbury. Canção: Easy come, easy go (John Green, Edward Heyman). Casting: Lynn Stalmaster, James Martell (não creditado), Jack Roberts (não creditado). Penteados de Jane Fonda: Sydney Guilaroff. Penteados de Susannah York: Ina Claire. Penteados (não creditados): Shirley Gilbert, Carla Hadley, Lenore Weaver, Sherry Wilson. Figurinos: Donfeld. Assistente de direção: Al Jennings, C. E. Dismukes (não creditado). Maquiagem: Frank McCoy. Produtor executivo: Theodore B. Sills, Morty Heilig. Maquiagem de corpo: Maggie O'Connor (não creditada). Gerente de produção: Edward Woehler. Direção de segunda unidade: Joel Chernoff (não creditado). Segundo assistente de direção: Lynn Guthrie (não creditado). Contrarregra: Ben L. Goldman, Danny Beneducci. Ilustrador da produção: Mort Rabinowitz. Camareiro: Frank L. Brown (não creditado). Edição de efeitos sonoros: Norval D. Crutcher. Som: Tom Overton. Operador de boom: Ora Hudson (não creditado). Gravação de som: Brandon Kellogg (não creditado). Mixagem da regravação: Tex Rudloff (não creditado). Efeitos especiais: Blondie Anderson(não creditado). Dublê: Chad Evans (não creditado). Operador de câmara: Duke Callahan. Assistentes de câmera (não creditados): William Classen, Richard Doran, Cliff King, Craig Novak. Fotografia de cena (não creditada): Art Say, Robert Willoughby, Barry Wexler. Eletricista-chefe: Lee Wilson (não creditado). Confecção de figurinos: Michael J. Harte, Mina Mittelman. Guarda-roupa (não creditado): Vou Lee Giokaris, Violet B. Martin, Thalia Phillips, Bob Scott, Joe Somaruga, Ronald Wind. Joias: Joan Joseff (não creditada). Assistente de montagem: Don Guidice. Edição musical: Harry King. Mixagem da trilha musical: Dan Wallin (não creditado). Instrutor de diálogos: Herbert DuFine. Créditos de abertura: Phill Norman. Publicidade: Emily Torchia. Continuidade: Joyce Webb. Consultor técnico: Noble 'Kid' Chissell (não creditado). Fornecimento de cranes: Chapman/Leonard Studio Equipment (não creditado). Companhia de elaboração de créditos: Cinefx. Companhia de efeitos óticos: National Screen Service. Companhia de publicidade: Solters & Digney (não creditado). Sistema de mixagem de som: Estereofônico em 4 canais. Tempo de exibição: 124 minutos (129 minutos no original).


(José Eugenio Guimarães, 1974)




[1] Jane Fonda recebeu em 1972 o Oscar de Melhor Atriz por Klute, o passado condena (Klute, 1971), de Alan J. Pakula.
[2] Neste filme, Sydney Pollack participou como diretor não creditado.